quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Sul de Espanha 2018

Outubro é novamente o mês escolhido para ter como destino o Sul de Espanha.
Depois da edição de  2017 este ano optei por uma volta mais ligeira focando os pontos que mais me atrairam na anterior aventura nesta zona.
Será também o primeiro grande desafio para a V-Strom, minha companheira de viagem desde Abril tem esperado por uma oportunidade destas, serão quatro dias em modo Touring com malas carregadas e algumas centenas de quilómetros diários em estradas Nacionais e Regionais, mais uma vez vias rápidas ou portagens não são opcção nas minhas viagens.
Um dos locais de passagem é EL ROCIO na Andaluzia, já mereceu em 2016 uma visita e será novamente um dos locais eleitos, não fosse ele tão caracteristíco do Sul.
A poucos dias da partida, altura de divulgar o mapa previamente planeado.
Com os desvios e alterações que vão surgindo durante o percurso, creio que a contagem final rondará os 1650kms.

Dia 0 Mafra - Mem Martins - Vendas Novas - Santo Amador - 277kms. 
Mais uma vez dei o dia 0 a uma das minhas Aventuras com principal objectivo fazer a aproximação à fronteira de saída do País na véspera afim de evitar um primeiro dia de viagem muito madrugador. 
Foi uma quarta feira como tantas outras, a principal diferença foi sair de casa com malas carregadas e equipado já para viagem, seguiu-se um dia de trabalho com a natural ansiedade de ver o tempo passar. Com o chegar das dezanove horas foi altura de equipar e montar na mota, o destino era perto da fronteira com Espanha, na aldeia de Santo Amador. Primeira paragem em Vendas Novas para a típica bifana, depois foi seguir já com a noite instalada por Montemor, Évora, Portel, Alqueva, Moura e finalmente o destino. Pouco há a contar desta tirada, caminho feito com pouco ou nenhum trânsito depois de Vendas Novas e conduzir à noite pouco motiva já que praticamente nada se vê, serve apenas para despachar caminho.
Amanhã sim começa a nossa Aventura.

Dia 1 Santo Amador - El Rocio - Ronda - 445 kms.
Dia longo e intenso hoje, começou bem cedo na pacata aldeia Alentejana de Santo Amador com um ar frio, cerca de 12 graus mas depois foi aquecendo para se manter acima dos 30 graus. O primeiro destino era El Rocio perto de Huelva, cerca de duas horas e meia de condução com pausa apenas para um breve café e outra para abastecimento. Depois de uns sustos que me iam mandando a mota ao chão já que as estradas estão com bastante areia aproveitei haver pouca gente na aldeia para fazer umas ruas a pé e entrar dentro da Ermida. Vive-se um ambiente engraçado a fazer lembrar os filmes dos velhos tempos do Far West Americano.
Já perto do meio dia segui para a base de hoje, Ronda, o caminho ainda foi longo e cansativo, algo que o calor perto dos 35 graus não ajudou. Valeu pelos últimos 70/80 kms. com a subida e descida da serra Grazalema, boa estrada, boas curvas e umas vistas de serra fabulosas.
Pouco depois das 16 horas estava estacionado no hotel com 445 kms. feitos, foi arrumar as coisas no quarto, tomar banho e com roupa leve visitar a cidade.
Ronda é provavelmente o sítio mais incrivel que já visitei ou conheci. Cada recanto é um poço de magia e encanto. Destaque para a Ponte Nova uma imponente estrutura de pedra com cerca de 100 mts. de altura que divide a parte velha da nova da Cidade. Não esquecer a ponte velha, construída numa zona baixa da povoação, a praça de touros, os banhos Árabes, o Palácio del Rey Moro e claro o lindíssimo miradouro Balcon del Cono. Alguns são pagos mas não os visitar será uma falha por quem aqui passar. Escusado será dizer que turistas aqui tropeçam uns nos outros, conseguir um spot para tirar uma selfie sem pessoas à volta é um trabalho arduo mas não impossível. 


Dia 2 Ronda - Setenil de las Bodegas - Córdoba- 297 kms.
Mais um dia desta Aventura por terras de Andalucia, saída cedo do hotel com pequeno almoço tomado, tal como gosto de fazer, abastecimento na primeira estação de serviço que apareceu, gasolina a 1.38€ o litro até dá gosto abastecer. Cerca de 15 kms. depois estava em Setenil de Las Bodegas, conhecida pelas suas casas brancas embutidas nos enormes rochedos que por ali existem, graças ao gps depois do café tomado tive oportunidade de circular numa pequena via no interior da vila, que acaba por ser bem maior do que o típico largo onde os turistas tiram a fotografia da praxe. Depois segui as indicações que o gps ia dando na na travessia da sierra de las nieves, foram mais de 50 kms. a subir e descer a serra sem ver qualquer tipo de carro ou pessoa, mas esta não é uma das vantagens de viajar de mota? Para mim seguramente que é!
Ponto alto a passagem pela serra/desfiladeiro onde se encontra o caminho del Rey, ver as pessoas lá em cima suspensas naquelas estrutuas fez-me acreditar que é preciso bastante coragem para o fazer, pessoalmente fiquei sem interesse para isso. 

Foram precisos 297 kms. para chegar à porta do hotel previamente reservado em Córdova, cerca das 15 horas já almoçado estacionava a mota na garagem para só sair de novo amanhã de manhã. Mergulho na piscina, alguns minutos ao sol abrasador e depois de um banho e roupa leve vestida estava pronto para conhecer a Cidade, hoje bem mais ao pormenor do que o Ano passado.
Córdoba, a capital Muçulmana Espanhola é um Mundo a descobrir, aqui respira-se história e desfilar nas ruas é sentir uma inexplicável mistura de religiões e cultura. A arquitectura dos edifícios deixa-me esquecer que estou em solo Espanhol mas parece estarmos a viver um filme Árabe. A mesquita/catedral da Cidade, a ponte Romana, Alcazar de los Reyes Cristianos, os banhos de Alcazar Califal, a plaza de la Corredera, o templo Romano, foram alguns dos sitios que visitei, as entradas não são baratas mas acreditem que vale a pena.

Dia 3 Córdoba - Cáceres - Castelo de Vide - 422 kms.
Dia 3 que a bem da verdade foi o quarto dia de Aventura, isto porque o zero também é número.
Saída de Córdova com pequeno almoço tomado no hotel ainda a Cidade dormia, como é bom rodar nas longas avenidas com poucos carros e sem filas nos semáforos, dei uma volta pelo centro e realmente deixa saudades. O gps foi simpático hoje, tirou-me da via rápida que liga Córdoba a Badajoz e levou-me por estradas mais reviradas e que passavam pelas localidades, o que ajuda a tornar a monotonia nestas tiradas maiores. Abastecimento com um café solo no caminho e quando a mota marcava 295 kms. ( contagem de hoje ) apareceu a placa Cáceres, era o ponto de interesse para hoje, V-Strom estacionada o mais perto do centro histórico e em poucos minutos de caminhada estava na Plaza Mayor da Cidade, património da Humanidade, sem ter a riqueza cultural de Ronda ou Córdoba toda a zona histórica é digna de nos perdermos nas suas enormes Igrejas e monumentos. 


Já na saida de Cáceres aparecem as primeiras indicações de Portugal, 120 kms. na N-521, estrada aborrecida e longa, ainda por cima à hora de mais calor e a mota a indicar mais de 30 graus, foi tentar fazer o mais rápido tentando cumprir os limites de velocidade, nunca se sabe onde pode estar a guarda civil Espanhola. Antes da fronteira abastecer, porque amanhã acaba a gasolina a 1.35€, e lá chegámos a fronteira inactiva que divide a Península Ibérica, foto da praxe e perto das 15 horas mota estacionada à porta do hotel com 422 kms. feitos desde as 8 da manhã , fato banho vestido e seguiram-se umas horas de refresco na piscina e reforço de vitamina D debaixo de um sol poderoso. Já com o fim da tarde a chegar foi altura de sair a pé em volta pela bonita Vila de Castelo de Vide, conhecida pela Sintra do Alentejo, subir ao castelo e à torre onde se alcança uma vista descomunal, andar na judaria, percorrer num sobe e desce as estreitas ruas cheias de pormenores bonitos, muitas fotos pelo caminho que isto mais parece uma caixinha de surpresas, jantar na esplanada e regresso ao hotel para um descanso bem merecido. 
A minha previsão inicial para esta viagem, contas de cabeça foi 1650 kms. só amanhã ao chegar a Mafra vou abrir o trip 1 para confirmar o desfecho da situação.

Dia 4 Castelo de Vide - Mafra - 246 kms.
Quinto e último dia desta Aventura que marcou o regresso a casa, foram 1688 kms. no total, bem perto dos 1650 que previ antes da partida, cinco dias intensos com muita história para contar e inúmeros locais lindíssimos visitados aliados ao prazer de conduzir mota, e neste caso foi a estreia da V-Strom nestas andanças, nota positiva nesta vertente turística, se na minha anterior companheira de viagem fazia paragens de 100 em 100 kms. com esta Suzuki chego aos 150/180 e ainda não sinto necessidade de parar, cheguei a passar os 200 kms. seguidos, para ajudar a autonomia ultrapassa os 400 kms. com depósito cheio, dá perfeitamente para andar o dia todo sem preocupar com existência ou não de estações de serviço, excelente! 



Quanto ao dia de hoje, foram 246 kms. com a saída fresca de Castelo de Vide, onde subi a serra até ao Santuário de Nossa Sra. da Penha onde se alcança uma vista fabulosa sobre a Vila Alentejana. Depois foi rodar e rodar, Portalegre, Ponte de Sor, Montargil, café para esticar pernas em Couço, Montijo, Loures e ao meio dia e meia estava em Mafra. 

Resta agora esperar por nova Aventura.


ALBUM DE FOTOS





Mota : Suzuki V-Strom 1000 XA
Kms. 1.688
Média Consumo: 4.6 lts. aos 100 kms. 

Despesas

- Alimentação - 62.15€
- Gasolina - 122€
- Alojamento - 122€
- Entradas Monumentos - 35.50€
- Brindes Oferta - 32.25€
Total: 373.90€

sábado, 28 de abril de 2018

Suzuki DL-1000XA V-Strom 2018

Abril de 2018 ficará para sempre marcado com o meu regresso às V-Stroms. A minha nova companheira de Aventura que hoje me foi entregue simbolizou um momento muito especial, não só pelo normal entusiasmo de estrear uma mota nova mas especialmente porque a partir de agora estou de regresso à minha marca preferida de sempre e à minha maior paixão em duas rodas desde 2006, as V-Stroms.
Nos próximos meses vou aqui relatando toda a evolução da mota, para já os primeiros quilómetros são sempre estranhos, a fase de adaptação à altura, aos comandos, à visão dos espelhos, ao toque dos travões, ao cuidado especial de não ultrapassar as RPM recomendadas pelo fabricante e claro os pneus ainda cheios de goma.
Esta Suzuki foi adquirida no concessionário do Cacém, além de todo o equipamento de série como controle de tracção, assistente de arranque, vidro regulável pela mão com três posições sem recurso a ferramentas, computador de bordo, levou como extras as três malas, descanso central, protecção de carnagem, ficando um conjunto bastante completo e apto aos maiores desafios em termos de viagem. 


A estreia da V-Strom ficou marcada com uma viagem pelo centro do País com chegada a casa 795 kms. depois, o que já deu para ter uma ideia do que mais ou menos me agrada na mota, tendo em conta que a mota fez os primeiros 650 kms. abaixo das 4.500 RPM conforme recomenda o manual, depois já comecei a abrir o punho até às 6.500 RPM e será este o limite até aos 1.600 kms. havendo a primeira revisão aos 1.000 kms. pelo meio.

Pontos positivos:
-travagem, soberba aos nível de uma moto desportiva, basta um pequeno toque na manete e temos uma travagem eficiente.

-resposta do motor em qualquer rotação, se bem que depois das 4.000 RPM "explode" de uma forma impressionante, mas não há qualquer tipo de bater ou falta de potência rodando em baixa rotação.
-precisão das suspensões a curvar, impecável a forma como a mota se mantém direita e firme quando a deitamos nas curvas, não há qualquer tipo de afundamento ou torção da mota, precisão máxima!
-posição de condução, ao nível do que a Suzuki nos tem habituado desde as primeiras versões da V-Strom, vamos direitos, braços descontraídos sem necessidade de procurar a nossa posição (minha altura 1.76 mt.)

-iluminação.
-visual, principalmente nesta cor.

Pontos negativos:
-consumo, parece não querer baixar dos 5 litros aos 100 kms. nestes primeiros 1200 kms. segundo o computador de bordo fez uma média de 5.1 chegando aos 5.2, para o andamento practicado sem recurso a auto estradas acho exagerado, um ponto para ir acompanhando.
-painel de controle, pode ser opinião pessoal, mas acho o ecran numa posição baixa, 5 a 10 cms. acima facilitava não ter que baixar tanto a visão para ver a imensa informação fornecida, e aí o tamanho reduzido dos números também não ajuda, pode ser uma questão de habituação mas....

-algum calor que sai do motor para as pernas, principalmente do lado direito.
-sensibilidade do acelerador, muito brusco principalmente em baixa rotação.
-botão de luz máximo, funciona no mesmo que accionamos o máximo para alertar alguém por exemplo, com luvas não se torna nada práctico empurrar o botão para a frente.
-banco algo duro ao fim de algumas horas, sem comprometer o conforto da mota.
-descanso lateral, mal que já vem dos anteriores modelos, mola algo "fraca" faz com o que descanso tenha tendência para recolher ou ficar a meio caminho, requer atenção e cuidado para evitar alguma queda parada. 
Com o decorrer dos quilómetros o motor vai-se soltando e realmente este motor de 2 cilíndros em V é viciante em estrada aberta, torna-se até difícil andar devagar tal a resposta sempre disponível ao rodar o punho direito, se na versão de 2004 para a frente até à grande e revolucionária  actualização de 2014 o bater do V twin em baixas era uma das principais queixas aqui isso praticamente não acontece, já experimentei em 6ª deixar a velocidade baixar até aos 50 kms./hora acelerar e prontamente se sente a rotação subir para ritmos frenéticos, apenas com um ligeiro bater de motor inicial. Em estradas irregulares com piso em pedra por exemplo o conforto não é o melhor e a aceleração torna-se brusca quando se pretende andar devagar, requer alguma habituação.

Revisão dos 1000 kms. feita, óleo e filtro de motor mais as afinações gerais 89.90€, aproveitei para montar punhos aquecidos versão touring da Oxford (100€), a partir de agora disponibilidade para explorar a mota mais à vontade principalmente no que toca ao motor.
De referir que esta versão da Suzuki V-Strom faz manutenção programada de 12 em 12.000 quilómetros ou anual, o que mostra uma preocupação da marca em acompanhar a tendência das Europeias que vão esticando o intervalo entre idas à oficina cada vez mais.
















Altura de mimar a máquina com a montagem de dois acessórios, um estético e outro com bastante utilidade em dias de nevoeiro. Os piscas originais da Suzuki em Led, com o preço de 199€ dão um visual fantástico à mota ainda para mais quando os que equipam de série não primam pela boniteza, pessoalmente gostei muito do resultado final.
O outro extra também em Led foram os faróis de nevoeiro da Givi S322 com preço de 360€, a ideia não é usar diariamente como vejo muitos motociclistas fazer nem em condução nocturna porque a luz da mota é fabulosa e mais que suficiente, é mesmo para utilização com nevoeiro, claro que o factor estético aqui foi fulcral, dando maior imponência à frente deste Suzuki. ( preços de tabela, sem montagem ou preço negociado)Com a primeira revisão feita e o motor já solto e a trabalhar como um relógio Suiço a média de consumo mantêm-se nos 5.2 lts. aos 100 kms. num andamento calmo sem auto estradas parece-me alto mas a verdade é que a moto convida a acelerar e manter o ritmo alegre, mantenho-me na expectativa de ver o número na casa dos 4 lts. talvez numa próxima viagem....
Com 1600 kms. feitos, oficialmente acabada a rodagem há que falar novamente dos consumos, poucas vezes baixou dos 5 lts. aos 100 e quando aconteceu ficou pelos 4.9, mas com um andamento "normal" sem grandes excessos o consumo mantém-se nos 5,5.1 lts. apesar de ser acima do que esperava a verdade é que não se pode considerar excessivo.
Feita a primeira experiência com pendura, algumas considerações a ter em conta, falamos de uma pendura que fez vários milhares de kms. na minha anterior V-Strom e também na XT1200, a opinião foi que houve melhorias em relação ao modelo K6 mas que não chega ao patamar de conforto da máquina de Iwata, também concordo quando falo do lugar do condutor, mas não compromete em nada se a ideia é fazer estrada durante várias horas, ao chegar a casa com 200 kms. feitos referiu-se ao banco ser duro e o encosto montado na top case, material original Suzuki estar demasiado recuado. Foi nesta experiência a dois pela zona Oeste num ritmo de passeio que, curiosamente o consumo baixou dos 5 litros, chegando a casa com 4.8 litros gastos em cada 100 kms. percorridos com um gasto de 15€ em combustível. 


2.500 kms. feitos nesta Suzuki e algumas anomalias a assinalar, os punhos aquecidos da Oxford deixaram de funcionar, situação a ser vista no fim do Verão já que agora não fazem falta, entretanto o acelerador ganhou uma folga considerável, após consultar o manual resolvi a situação em poucos segundos sem recorrer a ferramentas, de resto nada a apontar. Nota-se que a moto foi construida com primor como é apalágio da marca, podem não ser as motos mais desenvolvidas tecnologicamente, nem consideradas as mais modernas ou bonitas, mas dão uma segurança extra a quem as compra no que toca a fiabilidade.

Uma das coisas que tenho notado menos positivas é a cor/aspecto da ponteira de escape, apresenta um preto esbatido e facilmente riscável, olhando para os restantes acabamentos da mota talvez aqui podesse ter havido uma melhor solução. 
Entretanto a questão dos punhos aquecidos foi resolvida em casa, fusível foi à vida.
Voltando ao assunto tão questionado dos consumos, agora com 4.500 kms. feitos e numa utilização basicamente em estradas nacionais sem malas ou pendura e sem exageros de velocidade segundo o computador da mota o consumo está em 4.7lts./100kms. um número bastante aceitável.
Já no início de Outubro irei ter o primeiro grande desafio com esta V-Strom, serão quatro dias em que o lado mais turistíco da mota estará à prova, poderão acompanhar tudo aqui: Sul de Espanha 2018
Mais um upgrade, este essencial para as viagens o sistema de orientação GPS, a escolha depois de muita pesquisa foi a última geração do TomTom Rider, o 550 já com actualizações wifi e mapa Mundial. 


As primeiras impressões que tive foi a qualidade de écran, apesar de ser só 4.3" o brilho e imagem que apresenta permite ver perfeitamente à luz do sol, bem como a boa sensibilidade às luvas. O menu parece algo básico mas vamos tentar aprofundar o sistema nos próximos tempos. Neste fim de semana 
foi a estreia da V-Strom nas viagens maiores, foram 1.688 kms. com uma média de consumo 4.6 lts. aos 100 kms.
Nota positiva nesta vertente turística, se na minha anterior companheira de viagem fazia paragens de 100 em 100 kms. com esta Suzuki chego aos 150/180 e ainda não sinto necessidade de parar, cheguei a passar os 200 kms. seguidos, para ajudar a autonomia ultrapassa os 400 kms. com depósito cheio, dá perfeitamente para andar o dia todo sem preocupar com existência ou não de estações de serviço, excelente!
Chegámos aos 7.000 kms. e continuo satisfeito com a V-Strom 1000, até agora reclamações na garantia foram zero! As questões que surgiram, punhos aquecidos que deixaram de funcionar e folga no acelerador, foram ambas resolvidas em casa, no primeiro caso substituindo o fusível e no segundo após uma breve consulta ao manual acelerador regulado em poucos minutos. O consumo mantem-se abaixo dos 5 litros por cada 100 kms. percorridos, o conforto quer no dia a dia quer em tiradas maiores é aceitável ainda sem pensar em mudar a espuma do banco, protecção aerodinâmica não compromete apesar de não ser referência, e o que continua a não agradar é a brusquidão do acelerador em baixa rotação. 

Foi na passagem dos 9.000 kms. que apareceu a primeira anomalia de relevo, a mota deixou de pegar engatada e com embraiagem pressionada, não que isso me incomode porque tenho como hábito por o sistema em funcionamento em neutro e como este modelo tem ajuda ao arranque dificilmente se deixar ir abaixo no arranque logo não vejo sentido por a mota a funcionar engatada mas após consuta do manual confirmei que tal é possível por isso será situação a rever talvez na revisão dos 12.000 kms....
Continuamos com consumos abaixo dos 5 litros aos 100 kms. percorridos, quando os primeiros dez mil quilometros foram ultrapassados. Em breve revisão anual ou 12K e já se estuda a escolha dos próximos pneus. A


Uma situação menos agradável é o encaixe do painel de comandos, como se vê na foto desencaixa facilmente e depois de colocado no sitio certo rapidamente volta a ficar fora. Na revisão foi corrigido e até ver mantém devidamente encaixado. 

Revisão Anual ou dos 12.000 kms. feita com 11033 kms. a marcar no painel digital. Escolhi o concessionário da marca em Mafra porque sempre se mostraram profissionais e competentes nas assistências feitas às minhas Suzukis.Valor 158.67€, tendo em conta o intervalo de revisões recomendado não me parece exagerado, tendo sido feitas todas as afinações, lubrificações, mudança de óleo e filtro, ligação do GPS á ignição e rectificação do problema antes relatado da mota não pegar engatada e com embraiagem acionada, verificou-se que não era anomalia da mota mas sim má instalação dos punhos aquecidos em que a resistência dos mesmos não deixava a manete da embraiagem fazer o curso total, questão resolvida, mota a brilhar e novamente aquela sensação de mota nova nas mãos.

Altura de mimar a menina com mais um extra. Com a necessidade de guardar pequenos objectos como carteira, telemóvel, chaves, máquina fotográfica, etc. decidi aquirir um saco depósito SHAD sistema Pin.

O código para este modelo e grande parte das Suzuki é X013PS que consiste em 3 pins que se fixam no tampão da gasolina e que seguram a mala, neste caso a E10P de 5 litros comprada à parte, aqui as duas peças ficaram em cerca de 90€ vindas de um site Espanhol.

 Em relação à pequena mala apesar da SHAD ser marca Espanhola é Made in China e os acabamentos revelam bem isso. Tem janela táctil para telemóvel, apesar do meu não caber na totalidade lá, tem alça de transporte ao ombro e capa para chuva que peca por ser grossa e ocupar muito espaço dentro da mala, por isso foi para debaixo do banco. De realçar a facilidade com que se põe e tira a E10P dos pins, simplesmente puxando uma tira na parte frontal.                    17.250 kms foi a duração dos pneus Bridgeston Battle Wing que equiparam esta Suzuki de origem, número que me surpreendeu tendo em conta as experiências nas motas anteriores, não posso dizer maravilhas destes BW mas a verdade é que nunca comprometeram a segurança seja em piso molhado ou seco. Decidi manter a Bridgeston mas com o novissímo Battlax Adventure A41,
240€ montados e calibrados, nos primeiros kms. e com o cuidado normal a ter por causa da goma ou cera inicial fizeram-me lembrar os Metzeler EXP em que a mota parece quer deitar-se á miníma inclinação, o que prevê uma tendência alta para curvar, em breve mais pormenores.....
Quase a completar dois anos e ainda antes de terminar a garantia sem queixas para apresentar chegou a altura de fazer a revisão dos 24.000kms. de referir que continuo a optar pelo intervalo recomendado pela marca, 12.000kms. Escolhi a oficina da Suzuki de Mafra em Lisboa, foi feito o seguinte serviço:
Afinações, limpezas e verificações gerais
Filtro Oleo com mudança do mesmo
Pastilhas Travões
Mudança Oleo anti congelante
Troca de velas
Valor pago: 409.74€
Na passagem pelos 27.000kms. tive um pequeno contratempo, luz de médios fundida numa viagem pelo Alentejo, depois de ver alguns videos no youtube mostrando a troca da lampâda decidi mudar em casa, o processo não é fácil mas com alguma paciência lá se consegue chegar à H7 que equipa esta DL, ir a uma loja de motas a troco de quase 5€ e uns 10 minutos depois com o processo de montagem lá voltei a ter luz na V-strom. Lição desta experiência, andar com uma lampâda suplente na mota nas viagens maiores, evita-se perder tempo à procura de uma oficina caso volte a acontecer e acredito que na próxima a troca já seja mais rápida.
Na 

Três anos depois chegou a altura da revisão, não só por ser anual mas também porque a quilometragem marca já 32590, lembro que o intervalo recomendado pela marca é de 12 em 12 mil kms. Desta vez optei por uma oficina multimarca em Mem Martins, já que a última ida a um concessionário da marca acabou por ser uma experiência algo traumatizante.
2 Horas de mão de obra, oleo motor Liqui Molly, anilha, filtro oleo, pastilhas travão da frente Brembo, sprays e limpeza, valor a pagar 208.53€.
Seguimos juntos!!!

Avaliação, 0 a 10
Motor - 8

Conforto - 8
Travagem - 8
Visual - 8
Preço - 7
Protecção Aerodinâmica - 7
Consumo - 8
Prestações - 9
Total : 8

ALBUM DE FOTOS

domingo, 28 de janeiro de 2018

À conquista de Penela!

Já vai sendo habitual no início do Ano realizar-se um passeio de Inverno até um local pouco ou nada conhecido. Desta vez a localidade a "conquistar" é Penela, pequena vila no Concelho de Coimbra a 200 kms. de Lisboa, 150 do Porto e 30 de Coimbra. Fundada ainda antes da nacionalidade teve o seu primeiro foral em 1137, concedido por D. Afonso Henriques, sendo um dos Municípios mais antigos do País.
Mapa planeado para este Domingo:
A ideia foi juntar alguns amigos das duas rodas, aqueles que sei à partida estarem aptos para um desafio destes, sempre vão ser mais de 600 quilómetros num dia de Inverno com luz solar apenas até ás 18 horas e tudo por estradas nacionais e municipais, onde vias rápidas e portagens não são contempladas. As previsões meteorológicas são de um dia com bastante sol e frio.
A saída de Mafra foi
bastante cedo, ainda com o sol escondido, o ponto de encontro com os restantes elementos estava marcado para as 8.30h. em Porto Alto e tinha ainda uma hora de caminho até lá. Sem atrasos lá aparecemos os cinco bem agasalhados e depois do habitual reforço de cafeína e alguns minutos de conversa estávamos prontos para partir ainda antes das nove horas. Primeiro destino Tomar, seguimos em ritmo moderado pela N118 e 110 com bastante sol mas a temperatura insistia não subir dos 10 graus, passagem por Salvaterra de Magos, Marinhais, Muge, Almeirim, Alpiarça, Chamusca, Golegã, Entroncamento com as habituais paragens nos semáforos que teimavam em acender à nossa passagem, mesmo assim o trânsito era pouco ou nenhum e antes das onze horas estávamos estacionados à frente do Convento de Cristo no topo da cidade de
Tomar para a fotografia da praxe e aproveitámos para esticar as pernas com um passeio ao jardim do imponente monumento da terra dos Templários.
Foi altura de pôr os motores em movimento e continuar, até porque era a partir daqui que vinha a parte mais interessante, evitando o IC8 seguimos até Ferreira do Zêzere onde pela N238 direcção Cernache do Bonjardim tivemos muito provavelmente os melhores quilómetros deste dia, tal não era o estado irrepreensível do asfalto com umas curvas abertas rápidas onde se podia abusar do limite do pneu. Foi aqui também que começamos a ter contacto directo com a área ardida nesta zona do País no último Verão, uma visão desoladora no mínimo! Em Cernache do Bonjardim a nossa referência eram os 19 quilómetros da N237 até Figueiró dos Vinhos, aposta mais que ganha, um infinito número de curvas a subir, descer, apertadas, largas, daquelas que fazem a delícia para quem anda de mota. A partir daqui andámos um pouco baralhados com o entra e sai do IC8, porque as placas de indicação teimavam em nos colocar lá,  era tudo que nós não pretendíamos neste tipo de aventura. Mas já na N110 e antes das 13 horas estávamos estacionados a entrada do castelo de Penela, o motivo como tantos outros que nos fez sair de casa hoje.
A vila é pequena e pouco ou nada movimentada nas ruas estreitas que nos conduzem até ao castelo no topo construído sobre enormes rochas, e só por isso já vale a visita, isto para não falar da vista desafogada e fabulosa que alcançamos sobre a serra da Lousã. Como estava na hora de almoço, motas estacionadas e a pé procurámos um restaurante aberto com mesa disponível, a oferta é escassa, mas no Bigodes um leitão assado fez as nossas delícias e deu-nos energia para a parte da tarde.
Havia duas hipóteses para chegar a Castanheira de Pêra, o IC8 que teima em aparecer em todo lado nesta zona e através da serra pela N347, prontamente optámos pela segunda opção. Piso um pouco estragado nalgumas zonas mas no geral bastante aceitável,
paisagem completamente pintada de cinza escuro pelos fogos, grandes encostas que fomos contornado em modo serpente, na subida, na travessia e depois na descida para Castanheira de Pêra. Nestes 45 quilómetros rodámos separados para se dar lugar ás fotografias em movimento e também para cada um aproveitar a estrada e a paisagem ao seu gosto e ritmo, viajar em grupo não significa andar o tempo todo colado na roda da mota da frente, ainda para mais quando o grupo se conhece e sabe a confiança que tem uns nos outros. Chegámos já os cinco juntos a Castanheira onde mudámos para a fatídica estrada da morte, a N238-1 até aparecer a placa com a indicação "Mosteiro" aldeia de Xisto, xisto esse que só vimos na bonita e verde praia fluvial da povoação.
Alguns momentos fotográficos registados, um pouco de conversa e contemplação com toda aquela beleza natural aproveitada pelo ser humano para criar um agradável espaço de lazer.
De novo montados nas motas, curva contra curva e lá fomos galgando estrada até Pedrogão Grande onde voltámos a parar na Barragem do Cabril que apresenta um nível de água bastante baixo, ainda para mais em pleno Inverno.
Passagem pela Sertâ, sem paragem seguimos pela N2 até Vila de Rei para subirmos ao Marco Geodésico de Portugal, onde teoricamente se situa o centro do país, aqui encontrámos muito vento e frio mas compensa pela majestosa vista que dali se alcança seja qual for a direcção que a bússola aponte.
N2 de novo, numa altura que a maior estrada de Portugal apresenta um percurso rápido e o sol se ia escondendo cada vez mais, mesmo assim a provocar autênticos encandeamentos sempre que batia de frente no capacete. Quando apareceu a indicação de Penedo Furado lá fomos nós pelas estradas estreitas a descer em direcção à praia fluvial. Cenário devastador aqui novamente, praticamente tudo queimado, para quem já viu esta zona verde parece irreal o estado actual, mas este era o último ponto de interesse planeado e não o quisemos deixar escapar.
A pouca água que corre no vale com as enormes encostas à volta dá-nos uma tranquilidade de pura natureza, são momentos destes que fazem valer a pena, sair e partir à descoberta. Até porque depois há as motas a nossa espera para nos darem adrenalina e emoção.
Após conversa entre todos ficou decidido que íamos trocar a ida por Ponte de Sor por Almeirim, assim depois de muitas curvas para sair da zona, em Abrantes seguimos o curso no Rio Tejo direcção Santarém, a certa altura havia carros parados em plena estrada para verem a tão falada nos últimos dias "espuma" no rio. Já com o sol posto e o céu em tons alaranjados parámos no miradouro do Castelo de Almourol perto do Arripiado.
Despedidas do Fernando que seguia em Santarém por AE para casa, o que se compreende já que no total fez mais de 700 quilómetros para passar este dia em nossa companhia. Já de noite estávamos de novo na N118 como aconteceu de manhã agora com mais trânsito. Em Muge aproveitámos para comer as enormes bifanas do Silas e aquecer um pouco, últimas despedidas do dia e lá passámos de novo pelo ponto de encontro em Porto Alto onde o Viegas seguiu para o Montijo, depois da Ponte de Vila Franca de Xira o Paulo seguiu pela A1 e eu com o António fizemos mais de uma centena de curvas até Sobral de Monte Agraço onde ficou e depois segui calmamente até Mafra.
Foi um excelente dia, longo ainda para mais porque estamos em horário de Inverno, muito vimos, mas muito ficou para ver!
TODAS AS FOTOS AQUI: