O destino escolhido, foi um desafio do António Viegas, grande companheiro de viagem em mota, como por exemplo a incrível N2 , DORNES, a mítica terra dos Templários, Vila situada no Concelho de Ferreira do Zêzere, distrito de Santarém numa pequena Península á beira do Rio Zêzere.
É o que fomos descobrir neste frio Domingo de Inverno.
Ainda sem o sol visível já estava frente ao convento de Mafra para a habitual foto de partida, o ponto de encontro com o Viegas estava marcado para as 8.30h. em Porto Alto, e tinha pela frente uma hora de caminho com a incógnita se apanharia gelo ou não na estrada, coisa que com as devidas precauções acabou por não atrapalhar o ritmo, mesmo com a Tracer a marcar -1 grau em Bucelas, com tudo branquinho naquele vale. Em Vila Franca de Xira como ainda tinha 10 minutos de margem decidi parar na zona ribeirinha do rio Tejo.
Deparei-me com um intenso nevoeiro na zona que seria nosso companheiro na N118 até Tomar com a temperatura a teimar em não subir do 1 grau no painel da Tracer. Mas nada que a satisfação de andar de mota aliada a um bom equipamento não torne a situação suportável.
Em Porto Alto, á hora certa lá estávamos com a Triumph Tiger 1050 e a Tracer 900 prontas e disponíveis para enfrentar um dia de estrada ao mais alto nível.
Dois cafés e dois pasteis de nata, corpo aquecido no interior da pastelaria e a N118 esperava por nós, sim porque estas viagens não incluem portagens ou auto-estradas, com a qualidade de estradas nacionais que temos andar a pagar para gastar gasolina sem ver nada é um autêntico sacrilégio. Com bastante frio e nevoeiro lá fomos seguindo para Norte com passagem em Muge, Almeirim, Alpiarça, Golegã e a chegada á bonita cidade de Tomar já com sol e céu limpo, seguimos directamente para o imponente Convento de Cristo. E aqui iniciava a segunda parte da nossa Aventura.
Dornes estava perto, cerca de 25 kms. de Tomar e a estrada até lá prometia ser agradável para este tipo de motas. O GPS do António Viegas ia escolhendo a estrada mais revirada, sobe, desce, curva e mais curva e lá chegámos ao destino, Dornes.
A pacata terra, que quase como esquecida está ali inserida no rio Zezêre rodeada de água e verde, criando um reflexo espelhado no rio único e maravilhoso. Ponto mais alto da localidade é a original torre pentagonal de cinco frentes construída por pedras castanhas e cinzetas criando painéis de uma beleza extrema.
Muitas fotografias tiradas em redor, porque ali estamos num autêntico paraíso semeado no rio, e com um sol destes em Janeiro é de aproveitar mesmo. Em Dornes há algumas opções para almoçar, mas como era meio dia e meia hora e a fome ainda não dava sinais decidimos seguir até à Sertã.
Continuámos em direcção à Sertã numa estrada de serra com piso exemplar sem qualquer trânsito em que as motas deslizavam num ritmo solto numa trajectória perfeita com o som dos tri a intrometer-se no silêncio natural da zona, simplesmente fabuloso!
Sertã é uma Vila que nos inspira tranquilidade, com o rio Ocreza a atravessar a vila, há várias pontes para o atravessar, umas pedonais outras para carros, mas é a ponte Romana que mais chama e atrai as atenções, até porque é junto a si que está o Restaurante Ponte Romana onde almoçamos uma saborosa chanfana.
Bem almoçados, ainda com muita luz do dia pela frente, foi altura de montar na Tracer e na Tiger novamente e partir, próximo destino Vila Velha de Rodão, até lá o GPS proporcionou-nos talvez os melhores quilómetros da viagem, sinal mais para a nova funcionalidade do Tom Tom Rider, que permite incluir percursos sinuosos no trajecto. Estrada de montanha com curvas abertas num subir e descer constante, uma maravilha para estes motores de três cilindros, até porque carros poucos ou nenhuns existem por ali. A proposta do Viegas na chegada a Vila Velha de Rodão era entrar pela serra, prontamente disse que sim, um alcatrão em estado perfeito, bem marcado no chão e devidamente sinalizado fizeram-nos chegar ao centro da Vila pela parte mais alta alcançando logo a vista sobre o rio Tejo. Decidimos subir ás portas do Rodão até ao castelo do Rei Vamba, e aqui tivemos outro ponto alto da aventura.
Não só pela espectacular estrada que nos leva até ao cimo das portas, e isto só para quem viaja de mota é interessante, mas pelo pequeno castelo muito bem tratado no topo da colina,e claro, o panorama que temos cá de cima com vista sobre o rio Tejo e do tão conhecido estreito que forma as portas do Rodão. Não deixem de visitar numa passagem por aqui.
A N18 era a estrada que nos acompanhava agora, inicialmente com muita curva e das boas, mas depois de Nisa, atravessando já o longo Alentejo só dava mesmo grandes rectas passando por Estremoz, Arraiolos, Montemor-o-Novo e Vendas Novas onde parámos depois de uma hora e cinquenta minutos a devorar estrada até porque a noite caiu com o consequente frio e a vontade de despachar caminho superava a ideia de parar para ver algo mais que ficasse na rota.
Nada melhor que umas bifanas e imperiais no Boavista para aconchegar o estômago e seguir até casa já por percursos diferentes, o Viegas pelo Montijo, eu em direcção a Porto Alto, Vila Franca, Malveira e Mafra, completando os 593 kms. pelas 20.30h. num 100% fora de portagens ou vias rápidas.
Os dois Aventureiros desta Conquista a Dornes, António Viegas e Carlos Tavares.
Data: 22 Janeiro 2017
Mota: Yamaha Tracer 900 / Triumph Tiger 1050
Kms. feitos: 593 na Tracer
Média de consumo: 4.3 lts./100 kms. na Tracer
Despesas Carlos Tavares
Gasolina: 43€
Alimentação: 19.50€
Total: 62.50€
ALBUM DE FOTOS
Excelente amigo Carlos.
ResponderEliminarÉ um prazer devorar km´s na tua companhia.
Grande abraço!!!
Muito bom ;)
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