sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

À descoberta das Minas do Lousal


Os meses vão passando e chegámos ao último deste Ano, Dezembro, mês da quarta série das dez que planeámos até Junho 2017, altura da grande viagem. Dia 8, quinta feira, feriado, sem previsões de chuva a data estava escolhida.
Ainda em época de Outono, o destino escolhido a Sul é Lousal, uma antiga aldeia mineira, no concelho de Grandola a 140 kms. distância de Lisboa e a 100 de Setúbal. Actualmente Lousal é um destino turistíco onde além das ruinas da mina desactivada podemos visitar o Centro Ciência Vival do Lousal e reviver o tempo em que a mina estava activa, passar a noite no Hotel Rural Santa Barbara o que desta vez não tivemos esse privilégio, e comer no Restaurante Armazem Central onde se degusta comida tradicional Alentejana a uns preços algo altos, mas alternativas na localidade não existem.
A partida deu-se bastante cedo em Mafra, ainda o sol não queria dar sinais de vida, o dia esteve agradável para andar de mota, com temperaturas entre os 10 e os 17 graus, céu encoberto mas sem sinais de chuva, tendo em conta que estamos no final do Outono não se pode pedir muito melhor.
Escolhemos a Tracer para esta aventura, mais uma vez o factor maneabilidade, consumo e conforto foram predominantes nesta opção.

Com os primeiros quilometros do dia a serem feitos no IC19, ponte 25 de Abril e A2 até á saida para Sesimbra, afim de evitar pagar portagens, com o trânsito normal nestas estradas e que nada apreciamos, uns a circular a 80 a hora na faixa da esquerda com três disponíveis, outros na ponte a circular na do meio da ponte com a da direita livre, faz-nos cometer várias infracções como por exemplo ultrapassar pela direita ou andar em excesso de velocidade sem necessidade, esta não é definitivamente a nossa praia. Saindo da A2 em direcção a Sesimbra, voltamos onde gostamos de andar, nas estradas nacionais, a próxima paragem era no Portinho da Arrábida.
A estrada na Serra da Arrábida, além de ter bastante areia vinda das encostas, apresentava-se húmida nalgumas zonas, com o pneu da traseiro da Tracer a não querer cooperar houve que ter alguma cautela, mas apetecendo aproveitar ao máximo toda aquela bela estrada com o oceano em pano de fundo, por muito que viaje de mota, sempre que por aqui passo fico com a ideia que é impossível encontrar uma estrada mais bonita ou fantástica, ainda por cima nesta altura do Ano, sem transito e com a leveza que esta mota me transmite neste tipo de estrada revirada.
Não resisti a fazer uma paragem no quartel militar abandonado, a 7ª Bataria do Outão, cada vez mais vandalizado, será que as pessoas não percebem que ter acesso a um local destes é um privilégio e devia ser estimado, pelo menos não estragado.
Seguindo pela serra até Setúbal, estava na hora de fazer estrada no IC1, até Alcácer do Sal foi directo, 100/120/140 pouco trânsito, até porque além de feriado, ainda era cedo, perto das 10 horas, já bebia um café acompanhado de um doce regional na esplanada na bonita, bem tratada e reservada zona ribeirinha da Cidade, com o rio Sado ali bem perto de nós.
No topo da Cidade, existe o Castelo e Pousada, com uma vista magnifica, é daqueles spots que nunca me importo de repetir, respira-se tranquilidade aqui, não fosse o extenso Alentejo que a vista consegue alcançar no infinito.
Contrariando as indicações que indicavam o IC, preferi voltar ao centro e sair da Cidade, atravessando o Sado pela antiga ponte de ferro, lembro-me perfeitamente de em criança nas viagens que fazia com os meus Pais ao Alentejo ser a única opção, nem IC nem AE.....
IC2 de novo e pouco mais de vinte quilometros estávamos em Grândola, oportunidade para ver o majestoso muro comemorativo dos 25 anos do 25 de Abril logo na entrada, era um spot desejado á muito tempo.
Antes do destino, Lousal, levava referenciado um pouco antes á direita uma linha de comboio que já teve uma estação de comboios, Azinhaga dos Barros, bonita aldeia Alentejana. Lá perguntei a umas típicas senhoras sentadas á porta de uma casa, pela estação de comboios, segui as indicações e por um caminho de via única com muitos buracos lá encontrei a linha de comboios com um apeadeiro restaurado recentemente.
Voltando aos comandos da Tracer, a ansiedade de chegar ao Lousal, nesta altura já era muita, voltando ao IC, seguindo para Sul, pouco depois aparecia a placa que indicava o Complexo Mineiro do Lousal á direita, e até lá apesar do estado degradado da via são uns breves minutos.
Logo na entrada do Lousal, vimos que ali já existiu um grande complexo mineiro, agora são ruínas de grande imponência, com edifícios em tijolo já num estado de degradação avançado.




 Pode-se andar por toda a zona, onde ainda existem grandes máquinas e quadros eléctricos já desactivados á muito.
Na zona mais baixa, existem dois enormes lagos, um de água castanha e outro de água verde, lado a lado. Foi construído um caminho pedonal onde se pode circular e apreciar toda a beleza da zona, caminho esse que nos leva até à entrada das minas, visitável, com um custo de 6€ por pessoa, horário ás 15 horas e com uma duração de 2 horas, levou a que essa visita seja feita noutra data, implicava fazer o regresso a casa já de noite, de mota, nesta altura fria do Ano não seria de todo agradável.


Como grande atracção turística foi criado na zona uma enorme zona alcatroada, com zona para autocarros e tudo, paralela a uma linha de comboio antiga onde está este lindo comboio a vapor com as suas carruagens de carga agregadas à maquina onde se subir e sentir o que é estar ao comandos dela.

O Restaurante Armazem Central a par do Hotel Rural, são dois grandes pretextos para visitar e passar um fim de semana na aldeia, com uma ementa com doses a rondar os 15/20€ decidi que não era a nossa ideia para almoçar, já que com dias curtos, quanto mais render a estrada com luz solar melhor, já no IC2 não resisti a parar no Canal Caveira e por 12€ almocei um maravilhoso cozido á Portuguesa.
Antes de deixar o Lousal, por 4€ visitei o Museu do Centro Ciência Viva, onde existem grandes motores a diesel, geradores, utensílios e ferramentas da época, bem como recreado em miniatura os edifícios e oficinas da Mina, recomendo vivamente, pode ser feito com guia ou sem, apesar da simpatia naturalmente Alentejana das funcionárias que tanto aprecio, preferi fazer a visita sozinho.


Depois seguiu-se o regresso a casa com andamento mais aberto e a Tracer a soltar-se mostrando a sua energia e ligeireza quando o ritmo sobe. Estradas Nacionais com pouco ou nenhum trânsito neste feriado, abastecimento na Marateca, Pegões, Vila Franca de Xira, Alverca, Bucelas, Malveira e Mafra, com 450 kms. feitos até ás 16 horas.

Data: 8 Dezembro 2016
Mota : Yamaha Tracer 900
Kms. Percorridos: 485


Despesas: 
Gasolina - 34€
Alimentação - 16.50€
Outras - 4€ ( entrada no museu )

Total: 54.50€

ALBUM DE FOTOS


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